L.

Ela tinha os cabelos loiros, os olhos doces de mel e um corpo de endoidecer qualquer um.
Ela era um desastre com coisas, pessoas e sentimentos, mas de uma criatividade singular, que transpassava-lhe a pele e fincava no papel.
Ela era tudo ou nada, dependendo do instante em que a encontrasse.
Ora sorrindo com seus lábios enormes e deliciosos. Ora afogada em mágoas.
Ora correndo, pulando, perdendo o controle. Ora, quieta, quase em letargia.
Ora aos beijos, abraços e amassos. Ora, nem palavras.

Ela era feita de extremos e de vontades confusas, que ela não entendia, que dizia ter, ou mesmo, que fingia não ter.
Falo das vontades porque ela era dona das minhas. De todas elas.
Eu acho que algumas das delas também eram relacionadas a mim. Mas isso dependia, não das minhas palavras, nem do meu silêncio. Não de mim. Dependia dela. E do instante em que a encontrasse.
Ah, mas quando esse instante era o certo...
Ah, mas quando esse instante era o errado.

Por ser feita de extremos, extremizava qualquer sensação, sentido e sentimento que me fazia ter.
Fosse alegria, dor, ou vontade. Fosse o querer. Ou a vontade de esquecer.
Mas não esqueço.
Nem deixo de sentir.
Vontade.
De esquecer.
E de você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário