Chuva Seca

Os pássaros se escondem, os meteorologistas prevêem. Chuva. Aquele Sol estonteante é coberto por nuvens - como todo o resto. De repente, tudo é sombra. O teto de nós parece pesado. Até que desaba em água. Os algodões duros se chocam. Faíscas, estrondos. O mundo chora. Não é ameaça, é aviso. Antes de o destruirmos, ele nos destruirá. Tragédias não são tempestades, são queimadas. Desespero não é tsunami, é poluição. O mundo não tem medo. Tem pena. Nós sentimos exatamente o contrário. Nós não somos os donos dele. Ele é dono de nós. E se não bastasse destruir nosso próprio lar, acabam com espécies que não nos fazem mal algum. E destruimos a nós mesmos. Seja com guerra ou fome, o homem parece estar em luta constante contra si mesmo. E nessa luta, todos perdem. Mas se há algum "lucro" para alguém, é como se valesse a pena. Isso porque, o lucro cega, mais que a sombra da tempestade. A religião do homem é o Umbigocentrismo, e tendo um Porshe, o resto não importa. Mas a Terra, coitada, ainda nos dá intermináveis chances de mudarmos e fazermos o certo. Depois da chuva, do frio, da penumbra, nos presenteia com o Sol e o arco-iris. Brilho e cores.
Estamos cegos.
É tarde demais?

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