Vem esvai

O amor chega e esvai

Chegou.
Na intensidade de quem andava em sol escaldante e lhe oferecem água de pote.
Bebe de vez, até derrama pelos cantos da boca, molhando os peitos.

Água no seco.

Mente arenosa. Coração pulsa rangendo, engrenagem desgastada mas vai.

Terra dura. Engole a água, chupa inteira.
Em dois segundos, quando vê, já foi. Tem nem rastro que molhou.

Tanta entrega
que ja deu.

Água na água
parada.

Lambendo o fundo do poço.
Dedos nos fluidos.
Corpos secos e molhados.

A sede se foi
Se esvai.

Água
Mata
A sede
E te vive.

E quem vive sem sede pra matar?

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